Pastores que exercem mandato eletivo têm o direito de serem sustentados pelos dízimos dos irmãos?




Biblicamente uma das aplicações do dízimo é a manutenção financeira da obra de Deus e o sustento dos sacerdotes (Nm 18.21-24). O dízimo foi regulamentado por Deus. Ele era dado ao levita, devido a não ter “herança na terra”, isto é, ele vivia exclusivamente para o serviço religioso. Por isso, Deus determinou que os sacerdotes e levitas fossem sustentados apenas pelas ofertas do povo eles tinham direito a todos os dízimos (Lv 27:30-34). 

No novo Testamento, a ótica de Deus permanece a mesma. Ao ministro do evangelho foi dado o direito de pregar o evangelho e viver exclusivamente dele 1 Co 9.9-15. O dízimo é o seu salário. Creio que Deus quer que os pastores dediquem-se exclusivamente ao rebanho. Foi para isso que eles foram ordenados. Mas, nos últimos dias temos visto muitos pastores se debandando para o lado da política. Eles se candidatam a um determinado cargo eletivo e, quando ganham não abandonam o ministério, mas ficam divididos, tendo que exercer ao mesmo tempo a função de “pastor de ovelhas” e a de político. A única coisa que não é dividida é o seu salário, pois, neste caso, o “ministro de confissão” recebe o seu salário de político e o seu salário dos dizimistas da igreja.
Sobre essa questão perguntei a opinião de alguns pastores e membros da igreja. Vejam o que eles falaram:
1.    Irmão da igreja.

A convenção não recomenda. Mas tem pastores com outras funções e receitas, principalmente os maiores e líderes da convenção”.
      2.     Pr. Elias Ribas (OTPB – Ordem dos Pastores e Teólogos do Brasil).
Liderar uma igreja e ser deputado é impossível. É o mesmo que assoviar e chupar cana. Um pastor até pode ser deputado, mas não deve exercer liderança na igreja, coisa que eu não faço! Pode ser deputado usando apenas o título de pastor que na verdade ele não é mais!
3.    Pr. Edson Luis Santos (OTPB – Ordem dos Pastores e Teólogos do Brasil).
Aos Pastores, que trabalham correto; Divulgando o reino de Deus e sua justiça, peço, que continue, sem suas forças esmorecer. Agora aos pastores, que se candidataram, a um cargo público eu lamento; Tenho que criticar com veemência! Ao ser ungido Pastor, ele colocou sua vida a serviço de Deus. Instruir, nas leis de Deus é que deveria aplicar a sua vida. Mas usou, o título de pastor, para promover sua candidatura. Usa como desculpa, a representação do povo de Deus. Se isto fosse verdade, leis que transgridem os bons costumes não chegariam para afrontar as leis Divinas.
Pastores, o povo não precisa de políticos mais de ensinadores da verdade Bíblica. O próprio, Jesus disse que: Pedissem ao Pai, que enviasse mais ceifeiros! Vocês Largam o chamado, "unção", para entrar na política !!!!!!!!!!. Igrejas estão deixando, o povo sem instrução devido, querer o apoio político. Ajuda política.  (Blog: http://pastoredsonluissantos.blogspot.com.br/)
No blog cristaneando.com.br, sobre o tema, encontrei a entrevista do Pr. Rodrigo David Mocellin que quando perguntado se era contra ou a favor de pastores serem sustentados pelo trabalho secular ao invés de viverem exclusivamente para a obra de Deus? Respondeu:
Contra! Por que? Porque é falta de fé e hipocrisia. No púlpito, eles dizem: “Abra mão dos 10 por cento e creia que Ele vai te sustentar”.  Então, digo o mesmo a eles: “Abra mão do seu serviço secular e creia que Deus vai cuidar de você”. Talvez alguém diga: “Mas você não tem pena daqueles homens que vão ganhar tão pouco como pastores?” Não, não tenho. Eu tenho pena das ovelhas que estão morrendo de fome por receberem uma pregação nissin-miojo no domingo porque seus pastores não são totalmente dedicados a palavra. Além do mais, meu primeiro salário como pastor foi de 400 reais. Além disso, eu não preciso ter dó deles porque não há privilégio maior do que ser pregador do evangelho e empregado de Deus, pois este patrão não falha.
E, sobre as objeções à sua opinião o Pr. Rodrigo David Mocellin afirma:
Aqueles que são contra, apelam para o fato de que “Paulo que trabalhava fora para servir a igreja de corinto”. E, que Paulo fez isto por motivos bem diferentes dos quais muitos pastores fazem. O apóstolo trabalhava secularmente para não escandalizar os crentes coríntios, que eram carnais, enquanto que muitos pastores continuam trabalhando secularmente porque não estão dispostos a ganhar um salário menor e porque não crêem que Deus pode sustentá-los. Paulo fez isto durante um período muito curto de tempo. Em At 18:1 é descrito o momento em que Paulo foi para corinto. Ali se diz que no começo do ministério de Paulo nesta cidade ele fabricava tendas para se sustentar e pregava aos sábados nas sinagogas. Entretanto, quando Silas e Timóteo vieram para ajudá-lo, diz o texto, ele se entregou totalmente à palavra (At 18:5)
Concluo a minha postagem sobre o tema deixando para os irmãos e seguidores do blog, a posição do Pr Demóstenes Neves da Silva:
Pagar os pastores é justo, especialmente aos que servem na pregação e no ensino (1Tm 5:17-18). Deve ser feito de tal maneira que não desperte ganância (1Pe 5:2). Afinal, o objetivo é que o pastor, pago pela igreja, não se embarace com as coisas desta vida e assim, sirva bem à causa de Deus (2Tm 2:4).

Em Cristo Jesus. Irmão José.

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